Cap. 15 - Compaixão, mesmo a contragosto
Caminharam muito, até cansar. A sede não puderam saciar por completo, pois a água era pouca. As crianças, parecendo compreender a situação, não reclamavam. Comeram uma maçã cada uma e isso lhes bastou. No mais, as menores, que iam carregadas por Kadar e Labibah, resignaram-se a soltar o corpo no colo dos adultos, para facilitar que fossem carregadas. Enquanto foi possível, não ligaram lanternas. Assim, não chamaram atenção quando deixaram o grupo de refugiados ao lado do caminhão. Kadar acredita que não deram por sua falta, ou escolheram não denunciar aos policiais que devem ter ido checar a "ocorrência". Ninguém os seguiu mata adentro. Embora fosse um pouco assustador andar no meio de árvores, à noite, o grupo sentia-se seguro. Os adultos estavam decididos e não pareciam estar com medo. Kadar, anos mais tarde, contou a alguns amigos que estava aliviado. Era bom estar ali, sem a tensão de pessoas ao redor. Sem policiais, atravessadores e suas propostas, outros refugiados de...