Cap. 8 - Esperança
O pai pagou ao piloto do bote. Armado, o piloto-marujo-soldado desapareceu na orla. Não preocupou-se com o bote que ficou jogado a beira-mar e mais tarde foi retirado pela polícia local. O casal sírio não sabia se sentia amargura ou gratidão pela travessia no mar. Difícil de decidir, naquele momento. Provavelmente seria gratidão, pois viram a morte na força das ondas. Nas armas dos atravessadores também. Não esperavam por tamanha intimidação. Realmente acreditavam que sua viagem seria mais segura do que aquelas vistas nas notícias. Já não era questão de lamentar ou reclamar. Estava feito. Atravessaram. Embora estivessem em terra, ela não era firme. Um sentimento de insegurança brotou assim que subiram uma elevação de areia, coberta de vegetação beira-mar. Avistaram a praia dos turistas ao longe, ainda vazia. As pessoas chegariam só mais tarde, para deitarem nas cadeiras de praia, alheias a tudo o que se passara no começo do dia. À frente outro tipo de pessoas indicavam a direção...